
Adoçantes Naturais
Açúcar e as opções de adoçantes naturais são um tema recorrente e bastante importante. Qual é “saudável”? Arrisco dizer que nenhum para além da fruta! Existem, claro, os que provocam menos efeitos secundários.
Começo por alertar para os açúcares brancos refinados, já sem qualquer interesse nutricional e altamente processados – perderam já a fibra resultando apenas em açúcar de absorção rápida. O açúcar refinado é rapidamente absorvido pela corrente sanguínea (é um hidrato de carbono simples), o que origina picos de índice glicémico, acidificando o nosso organismo e o nosso sangue. E, é neste momento que o açúcar nos começa a desmineralizar e descalcificar. Desta forma, é importante escolher em consciência o tipo de adoçante que usamos.
É crucial escolher um adoçante com algum interesse nutricional e o menos refinado possível – que tenha o menor impacto possível no nosso organismo com um índice glicémico reduzido (o índice glicémico é a velocidade com o que o nosso organismo absorve o açúcar, sendo que quanto mais tempo demorar melhor, pois será mais equilibrado). Prefiro sempre os adoçantes naturais e os alimentos que, naturalmente, conferem um sabor doce – como por exemplo a fruta.
Que opões de adoçantes existem?
Em alternativa ao açúcar branco refinado existem:
. Fruta – funciona enquanto adoçante natural se utilizada em puré, manteiga ou pasta de fruta seca. Isto, porque já está desidratada (com menos água) e concentra o sabor e conteúdo natural da fruta. A frutose (hidrato de carbono e açúcar) presente na fruta é o suficiente para cumprir a função de adoçante – Alperces secos, damascos, coco ralado, tâmaras ou concentrado de maçã são excelentes exemplos de adoçantes naturais.
. Geleia de arroz; trigo; milho – Têm origem num processo lento de fermentação dos cereais, o que intensifica o sabor e permite um adoçante mais completo com hidratos de carbono complexos e fibra. Têm um índice glicémico baixo e são processados pelo fígado, o que não sobrecarrega a função do pâncreas e a produção de insulina (a geleia de arroz é o adoçante que mais uso);
. Malte de cevada – parece autêntico caramelo, tem um sabor bastante forte e uma cor mais escura. Uso especialmente para sobremesas;
. Mel – tem origem vegetal, mas tem um índice glicémico bastante elevado, sendo que é bastante difícil encontrar mel puro atualmente. Sabia que uma abelha produz apenas 1 colher de sopa de mel em toda a sua vida?;


. Xarope de agave – é feito com origem na seiva de um cato (da família das suculentas) que depois de processada tem um sabor doce e neutro;
. Xarope de ácer (maple syrup) – utilizado especialmente em sobremesas tem um sabor intenso. Tem um índice glicémico bastante elevado e tem origem na seiva de uma planta;
. Açúcar de coco – apesar de não ser ideal para o nosso clima, é uma opção interessante em termos de nutrientes associados a este açúcar natural, tem um índice glicémico equilibrado;
. Stevia – adoça 200 a 300 vezes mais do que o açúcar branco, mas deixa um sabor mais metalizado. A versão em pó é altamente processada, pelo que também já perdeu muitas das vantagens nutricionais. A opção em gotas é mais interessante e tem um impacto no índice glicémico bastante reduzido;
. Frutose – hoje em dia podemos comprar frutose, o que desaconselho totalmente. É altamente processada, extraindo apenas o açúcar sem qualquer interesse nutricional. Potencia a subida repentina e exponencial dos triglicéridos.
Existem outras opções de adoçantes como o xilitol, a rapadura ou mesmo o melaço, mas não os considero interessantes pela pouca fibra ou índice glicémico muito elevado. Em qualquer caso, o mais importante é ter em consideração as quantidades utilizadas e a proveniência do mesmo – produção biológica e região demográfica.
Para terminar, sabia que o açúcar estimula a mesma região do cérebro que a heroína? Isto diz tudo sobre o efeito aditivo e poderoso deste componente no nosso organismo. Privilegie boas fontes de hidratos de carbono complexos!